quarta-feira, 13 de abril de 2011

do desespero do início do fim

   Foi por perder o ônibus da 7:30 da manhã que fui surpreendida por uma vontade de chorar sem tamanho.
Era como se meu corpo estivesse cheio de lágrimas que precisavam sair de qualque forma.
   Naquele dia tinha feito questão de me enfeitar com o já premeditado objetivo de me sentir confiante. De batom vermelho e os olhos transbordando era como se todas as pessoas da rodoviária abrissem espaço para mim enquanto especulavam sobre meu semblante melancólico, entendiam muito bem que eu precisava de um esconderijo. Ele me custou 50 centavos, e  foi em uma cabine de banheiro que desaguei minhas primeiras lágrimas por ele. Logo eu que nunca choro, sabia muito bem que aquelas lágrimas eram por minha culpa.
    E eu dedico todo meu choro, meu coração imprudente a quem eu nem achava que merecia, a quem eu tentei romper relações porque acreditava não conseguir oferecer esse tipo de romantismo.
    Queria ficar chorando até qualquer fiapo de esperança desaguar dentro de mim, mas o próximo ônibus é as 8, e com olhos ardendo sigo em frente tentando evitar pensar no futuro. Estou presa no presente porque o passado virou um fantasma.
     Vinícius, agora tenho qualquer coisa de triste e qualquer coisa que sente saudade.
                                   

                                            (encontrei um outro amor da minha vida alguns meses depois de escrever isso )

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